unilateral.

Por onde anda você eu não sei, mas sei que gostaria de saber de tudo que tenho para te contar. Mudei muito depois de tudo o que aconteceu, e hoje eu preparo meu almoço mesmo para comer sozinha - há tempos já não como miojo - e mantenho a casa arrumada como sempre fiz, mesmo que você atrapalhasse tudo. Essa semana consegui consertar as lâmpadas da frente da casa, com algumas dicas do Google, deu tudo certo, merecia até um prêmio por estar me virando tão bem. No trabalho ainda ando desanimada, fugindo das rodas de conversa, dos tumultos de troca de horário e coisas assim, mas continuo como você sempre disse, fazendo a minha parte e não deixando razão para nenhum questionamento. Sinto sua falta, e talvez você deva saber disso também.
Li vários livros e nossa minha biblioteca está crescendo assustadoramente, você adoraria ver. Claro, tem coisas que talvez eu nunca aprenda, como a cozinhar tão bem quanto a minha mãe ou a sustentar uma briga com qualquer pessoa, porque só você aceitava quando eu dizia que estava certa - independente se estava ou não.
Sinto muito sua falta. Sinto saudades, a todo momento e por mais que eu reze por você, e venha visitá-lo pra te contar do que tem acontecido por aqui, nada tem graça sem você e eu ainda não aceitei o fato de você ter me deixado. Sim, voltei a ir à missa, e parei de discutir com Deus - também não ganho dele nas discussões - mas ainda não aceitei. Não vou conseguir isso jamais. De que adianta ter tudo que A GENTE sempre sonhou, se não tenho mais você?
Eu preferia ver você aqui, com outra, longe de mim, qualquer coisa, mas que você estivesse aqui. Sinto demais a sua falta. Sinto falta de você, da sua vida. Eu continuo te amando, mesmo existindo tanta coisa que separe a gente. Vou continuar cuidando da casa, de mim, da minha vida, como você gostaria, só que eu gostaria muito, que um dia você voltasse, mesmo que em sonho, qualquer coisa. Não suporto a vida sem você, eu preciso de você, preciso para viver.
Sem você, eu prefiro também morrer.