Sobre depressão.

Imagine um furacão.
A meteorologia o prevê e as pessoas sabem que ele está vindo. Há pânico e preparativos para evacuar as áreas que serão atingidas, mas há esperança (grande parte dos países afetados por estes desastres naturais atualmente têm recursos) existem abrigos e o resto do mundo se comove com a situação dos desabrigados e a ajuda vai até as pessoas.
O furacão chega. A tensão é enorme porque o homem não é Deus e não sabe de tudo.
A força do furacão de repente cresce, mais do que as escalas às quais estamos acostumados.
Outras áreas são atingidas, cidades devastadas, monumentos destruídos, pessoas feridas e mortas, sobreviventes perdidos.
Governo e seus departamentos serão cobrados do porquê não houve uma preparação maior, porque a área de proteção não foi abrangida, muitos porquês irão surgir, porém não vão fazer com que o tempo volte e também não trarão respostas satisfatórias porque a verdade é que não queriam fazer essa pergunta, não há resposta satisfatória porque a verdade, o que poderia satisfazer o mundo é que tudo estivesse dentro do previsto. Aquela destruição calculada.
Só que não foi o que aconteceu.
Alguns se prepararam ao máximo para a perda da casa, de tudo que deixaram quando evacuaram sua cidade, quando deixaram aquela vida. Outros foram arrancados pela força do vento ou forçados a se esconder, talvez com a roupa do corpo em algum lugar sem a certeza de que haveria força para que aquele abrigo resistisse.

Esse furacão passa pela vida de tanta gente.
Alguns dizem que é fraqueza, falta do que fazer, ócio, falta de Deus. A evolução vai mostrar à essas pessoas que existe sim para a medicina uma doença chamada Depressão.
É imprevisível e vem feito um furacão, mas não há meteorologista para prever, não há setores preparados internamente para planejar uma reação ou resistência.
É como se viesse aos poucos. Se aproximando e de repente devastando e crescendo, destruindo. Cada vez mais.
Não há como fugir e não há abrigo, não há outro lugar onde eu possa estar além de em mim.
Não há como aceitar perder a vida que existia, mas não dá para lutar contra o furacão, apenas buscar juntar o que sobrou e recomeçar.
Não há resposta satisfatória para o mundo, porque isso não devia estar acontecendo.

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