na vida não temos certezas, querida.

- Realmente não sei explicar.
- É só, dizer o que sente por ele, não mata!
- Eu sei, mas é como se eu não conhecesse palavras suficientes entende Marco?
- Um pouco, eu sentia isso para descrever o que eu vivia com meu ex-namorado, mas agora, ele é passado.
- Você é rápido demais.
- Não querida, sinceramente Júlia, você é muito lenta. E isso não tem nada a ver com o fato de eu ser gay.
Ele ria de uma maneira tão, leve, que a deixava encantada com ele.
- Sabia que se você não me odiasse, eu amaria você mais ainda?
- Não te odeio Júlia.
- Você me chama de Júlia desde o dia em que tentei te beijar.
- Simplesmente não gosto disso, de você, literalmente.
- Eu entendo, mas... ah, é meio difícil.
- Vai contar o que sente por ele, ou pretende continuar voltando ao nosso passado?
- É que eu não consigo, esquecer. Quando eu olho para você, eu me lembro de quando nós namoramos.
Ela riu, sem graça.
- Eu gostei de você, e você me esnobou, aguente garota.
- Ok Marco, vamos voltar ao agora, e falar dele.
- Finalmente! -
Ele tomou um gole de seu chá, mordiscando alguns biscoitos enquanto ela girava a colher na espuma de seu café.
- Eu não sei se amo ele.
- E porque isso te incomoda?
- Não é que incomoda, é ruim não ter essa certeza sabe?
- Ju, não temos certezas na vida. Não temos nenhuma, tá?
- Claro que temos Marco, sem filosofia, plis.
- Juro que não é filosofia, que medo da verdade garota! Você sabe bem, que nada é certo. Nada.
- Tudo bem, mas mesmo assim, como passou tanto tempo com o Paulo, você o amava?
- Sim, mas eu não sabia.
- Como assim Marco?
Ela deu uma mordida no bolo de chocolate no prato a sua frente.
- Você nunca sabe que ama alguém, até que essa pessoa arrase com você. Te deixe, te magoe, te humilhe - as vezes sem perceber - te faça sofrer. Porque quando você ama, você passa por tudo isso e continua a gostar dela, e esperando que ela volte para casa, e se algum dia você aceita, isso não significa parar de pensar nessa pessoa, e sim pensar, tentar saber como ela vai, o que tem feito, e com quem, óbvio. E você torce para que tudo dê certo, claro, quando alguém pergunta, porque na sua mente você quer que ela se ferre toda e volte para você.
- Eu não sei, quando eu não estou perto dele me pergunto se vai dar tudo certo, eu fico cheia de dúvidas, e se eu não for uma boa esposa?
- Se pensa isso, não devia ter noivado Júlia.
- É que quando ele chega, eu tenho todas as certezas que você diz que não existem na vida.
Ele ficou sério, e sua expressão ilegível por um segundo.
- Então você o ama.
- E como sabe Doutor?
- Não podemos ter certezas na vida, mas o amor nos dá toda a certeza que precisamos. Se você confia nele, e confia quando está com ele, logo vai notar que quando ele está por perto, tudo, faz sentido, e ele passará a fazer falta em qualquer momento.
- Como ele faz aqui agora?
- Da mesma maneira.
- Então Marco, agora, você aceita ser meu padrinho?
- Claro.
O sorriso dos dois era leve, encantado e conservava o amor companheiro que teriam para sempre.

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