ateliê

Eu tenho um quarto, nos fundos do meu, um atelie, um closet.
É comprido, e pequeno até. As paredes são de um branco impecável, gelo, para passar a ideia de que ali não é tão apertado. Ladeado por araras coloridas, sob elas fileiras de sapatos, tênis, sandálias, chinelos e botas, separados por estação. Sobre as araras, caixas coloridas guardam acessórios e tudo mais.
Ao fundo do quarto, uma mesinha branca, com uma poltrona enorme, em veludo vermelho esconde meu computador, e as caixas cheias de papel.
Ao lado da mesa, uma prancheta enorme para desenhos, com lápis de cor fincados em sua base.
Do outro lado, uma mesa de metal, branca, cheia de tecidos tesouras e no canto, uma máquina de costura.
É um lugar lindo, que me enche de paz.
É onde eu fico em contato comigo mesma,
é um pedaço de mim, do lado de fora.
Daqui eu não ouço nada no resto da casa, ninguém se aventura ali, a não ser a minha pequena que vive deslumbrada entre tantos tecidos e texturas.
Ao entrar ali, eu sei que sai do resto, e que entrei em mim.
E dali, mesmo que distante de todos, eu os vejo o tempo todo.
Atrás do computador, uma janela enorme, onde deveria ficar a última parede, mas não, é uma janela da minha alma para o jardim da minha casa.
Dali, eu vejo as crianças brincarem enquanto eu trabalho, vejo ele cuidando delas, tenho inspiração a todo momento, a todo tempo.
E é só, o meu quarto dos fundos,
com umas caixinhas e um pouquinho de mim.

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