don't come closer,


‘Não chegue tão perto’.
Senti vontade de dizer. Quis realmente falar nos olhos dele, mais senti meu corpo gelar e perder levemente o controle. Eu sabia que não devia, realmente sabia, eu tinha noção de tudo, de muito mais, eu sabia. E repetia isso pra mim enquanto o olhava, cada vez mais próximo. E próximo.
Conheci homens, engraçado agora eu tinha homens, ainda estranho isso.
Homens que me fizeram perder o controle. De maneiras diferentes, sempre. Nunca foram iguais, jamais.
Já me fizeram perder o controle. Do meu corpo, dos meus sentimentos, dos meus pensamentos. Mais ele tinha um dom, especial. De me fazer perder o controle, ainda que eu o possua, de fazer ficar perdida em mim.
Já vi olhos que me roubavam os pensamentos enquanto lutavam para me decifrar, mas os dele apenas façam com que eu me sinta a vontade para me entregar, para me confessar, para beijar. E esses beijos, que me viciam, esses lábios que são feito imãs. Essas mãos que sabem exatamente como me levar e me buscar, que conseguem me deixar segura, que se encaixam tão bem nas minhas, que me dão carinho sempre. Esse corpo que sempre pede pelo meu, mesmo quando ele já está tão junto, não se contenta. E, esse coração, esse sentimento, do qual eu tampouco sei. E pela primeira vez, não tento decifrar. Aceito, confio, liberto o meu. Sem maiores explicações, sem maiores expectativas. Quando o dele pedir por liberdade, ele saberá se expor também.
Não sei, mais tanto pensei fitando aqueles olhos juntos aos meus, que percebi que dizer para ele se afastar não adiantaria. Ele já estava muito perto. Eu não podia resistir, não conseguia. Nem queria. E também. Ele queria. Mais do que o corpo, estar perto. Ficar próximo.
E eu sorri, com a exposição que ele não percebia. Com o sentimento que vazava pelas bordas de um recipiente há muito fechado.
Fechei meus olhos e com os lábios nos dele, pedi:
- Chegue mais perto.

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