Ela.

Eu estava sentada ali, sozinha no banco da praça, enquanto pessoas passavam com seus sorrisos, mãos dadas, e meu corpo respondia estranhamente ao que meus olhos viam. Alguns caras passavam, me encaravam mas não era a mesma coisa, jamais seria. Logo eu a vi vindo, me procurando, levantei e parei de frente pra ela.
- Achou que eu não ia ver você? - ela riu,
- Você não viu. - ri com ela, mas ela me olhava cuidadosa.
- Como você tá? Eu fiquei preocupada.
Ela não conseguiu esconder por muito tempo.
- Tô legal.- tudo repassava por minha mente - Vou ficar bem.
- Eu não acredito que ele fez isso.
Acho que todo meu drama tinha algo de bom, eu gostava de carinho, sempre, de cuidados, e ali eu a via extremamente preocupada comigo. E podia ver nos olhos dela que ela esperava me ver desmoronando como há um mês e meio na cama dela, o dia quente de chuva que cheguei, com casacos e uma postura estranha, entrei, sentei e chorei. Acho que ali, perdi meu chão, e a vi deixar o dela para cair comigo.
- É bom ter você aqui. - disse a ela, e ela assentiu com a cabeça e um sorriso, os olhos ainda eram cuidadosos, ela não sabia a quantidade de sentimento que estava naquela frase. Era realmente bom ter ela ali, contar com ela era sempre especial, mas ter o ombro dela para chorar as mágoas de um amor perdido era muito importante, para que eu não me perdesse também. O cuidado nos olhos dela, as lembranças daquela cena, as sensações daquele dia, nesse momento eu vi que não era muita coisa sem ela.
Nós caminhamos, sentamos em outro banco, e eu perdi meu chão novamente, e lá estava ela, deixando o dela para cair comigo novamente.

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