Claridade, excessiva.
Uma luz branca me cegava quando acordei, levei um bom tempo para
perceber que tudo era branco, e que não era o céu ou coisa
parecida, não precisei que ninguém dissesse, os tubos conectados a
mim falaram muito sem ter voz. Senti alguém segurar minha mão e me
agarrei com toda força que tinha, o que era quase nada.
- Foi coisa demais para
você, me desculpe.
Aquela voz, eu não
sabia quem era, mas havia uma preocupação tão grande nela. Tentei
responder mas não consegui falar nada.
Então uma sombra se
criou na enorme luz branca, a mesma sombra que me assustou no porto,
ele estava lá. E sorriu de um jeito leve, mas era claro que se
sentia culpado.
- Sei que está
buscando uma explicação, mas já parou pra pensar que talvez não
tenha? – ele riu e mexeu nos cabelos.
Eu tentei me sentar,
mas a conexão corpo-mente estava claramente afetada, eu não me
mexia como queria e ele me segurou.
- Fique calma, e
quieta. O médico disse que os remédios te deixariam um pouco mais
lenta, tudo bem? – ele voltou a me olhar, mas falar exigia tanto
esforço. – Pisque uma vez se entendeu.
Pisquei.
Ele sorriu, como no
porto.
Seu rosto tinha um
formato mais quadrado, olhos escuros e cabelos que emolduravam muito
bem o rosto, uma barba por fazer que o deixava ainda mais misterioso.
- Responda – disse,
reunindo minhas forças.
Ele sorriu, ajeitou os
cabelos e aproximou a cadeira da cabeceira da minha cama.
- Tudo bem, vamos lá,
vou fazer o que for preciso para que se sinta bem, ok?
Pisquei uma vez,
concordando para que ele começasse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obg! pela visita :)
volte sempre ♥