Parte 6


Quando o táxi passava pelo parque ele pediu que o motorista parasse, e deu a ele algumas notas.
- Por favor, deixe a senhorita em casa. – ele abriu a porta e me encarou – Cuide-se, vá para casa, e não faça mais coisas arriscadas assim, ok?
- Não. Você não vai fugir novamente. – disse, segurando seu braço.
O taxista nos encarou.
- Vamos senhorita?
- Não obrigado, vou ficar aqui mesmo.
Ele olhou novamente para o estranho rapaz que não esboçou nenhuma emoção, trocou o dinheiro e devolveu o troco.
- Boa noite. – o taxista disse enquanto descíamos.
O táxi seguiu seu caminho e quando eu me virei para encara-lo, ele entrava em meio as árvores.
- Volte aqui!
Corri atrás dele e agradeci por estar de botas, o chão estava infestado de galhos e insetos, mas eu estava protegida pelas botas que vinham até os joelhos.
- Você caminha todas as tardes, nunca pensou em correr? – ele gritou rindo enquanto tomava distância.
- Eu não consigo correr! – gritei de volta, sentindo o ar faltar em meus pulmões.
O som dos passos dele cessou no mesmo momento em que me curvei, escorando minhas mãos nos joelhos, o cansaço tomou meu corpo e toda a adrenalina desse dia louco pareceu sumir, eu estava chegando ao chão quando senti seus braços me pegarem.
- Cecília? Você está bem? Fale comigo!- ele dizia, mas sua voz, um grito quando disse meu nome, ia ficando distante e o parque escuro.

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