Uma sensação horrível, mas que era passageira, ia passar, passaria logo

Ela saiu de casa cedo, na mochila um moletom, um livro, papel e caneta, folhas com rostos rabiscados, desenhos de pontos turísticos da cidade. Nos ouvidos fones altos, ao som de Dirty little secret (The All-American Rejects) ela andava a passadas longas pelas ruas até o cais. Com os pensamentos embaralhados e coração machucado pelo fim de um relacionamento que ela considerava tão especial, mas acabara de descobrir que apenas ela. Tentando conter as lágrimas que insistiam em rolar por baixo de seu wayfarer roxo, ela sentou-se para olhar o mar, a coisa que mais gostava de fazer quando na compainha dele, como seria sem ele agora? Era difícil saber, imaginar, e pior ainda quando ela notava que ele não tinha essa preocupação, não tinha esse pensamento.
Ela não conseguia afastar seus pensamentos dele por um instante que fosse, ela podia pensar em flores e ali estava ele, no dia do aniversário dela, na porta do colégio com flores do campo nas mãos esperando por ela com o mais belo sorriso; ela podia pensar em caminhadas e acaba lembrando dos dois, correndo na beira da praia, ele a jogava na areia e entre risadas e beijos ele repetia pela miléssima vez naquela tarde ' eu te amo'.
As lágrimas continuavam descendo, como a dor no coração que ia crescendo, uma falta de ar, o dia belo desaparecendo, a alegria se esvaindo, ela sabia que aquilo era passageiro, era passageiro, tinha de ser...

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